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sexta-feira, 27 de maio de 2011

F R A S E S



Autoria: Claudete T. da Mata

Nesta noite, o sono parece ter se esquecido de mim. Rolei de um lado para o outro, na minha cama macia, mas nada do senhor sono chegar. O jeito foi levantar às cinco horas e tomar um leite morno, pra ver se o sono me ouvia. Finalmente, consegui dormir até as 07h30min, quando acordei sacudida pelo meu relógio biológico - é que sempre neste horário, tomo meu hormônio da tireóide. Por quê? Porque em 24 de fevereiro de 2010, tive que tirá-la totalmente. O dia amanheceu meio acanhado, sem jeito de abrir suas janelas para o Sol. Mas levantei, comi uma laranja bem docinha. Não suporto chupar frutas, somente comê-las - é muito mais saboroso, e sem melecada alguma. Depois, tomei um café fresquinho, com uma fatia de pão caseiro, com geléia de puro morango e nata fresquinha. Hum, tudo estava muito saboroso!

Depois, deste ritual, me arrumei e fui, juntamente com minha filha, para o grupo de estudos da filosofia, ciência e religião espírita. Sigo minha trajetória religiosa, nos parâmetros do espiritismo, desde os meus 16 anos. O estudo de hoje foi muito interessante...

Chegando casa, almocei e fui tirar aquela sesta, tão solicitada pelo senhor sono que, finalmente, resolveu me visitar. Depois de ter vivido outros momentos deste dia, sentei para escrever um pouquinho. Como de costume, as palavras foram chegando aos poucos - cada uma no seu tempo, e vejam o que elas foram formando:

* Se você tem um pé atrás com os laços de afetos, não faça amizades com pessoas de má indole, para não se deixar influenciar pelos seus maus costumes, evitando gostar deles.

* Maus costumes, são semelhantes às drogas - depois de experimentá-los, uma vez que somos frágeis às tentações, corremos riscos de por nossos comportamentos em perdição.

* O mal e toda sua prole, são como ervas daninhas - depois que inçam , torna-se difícil nos livrar deles.

* A vida, com todas as suas vicissitudes, nos mostra que nascemos desnudos dos costumes nocivos à nossa saúde mental e dos vícios que destroem a nossa capacidade de ver o mal plantado em nós, provocado pelas ambições aprisionadas na cerne do nosso inconsciente, impulsionadas pelas nossas infelizes buscas, causadoras das nossas cegueiras, muitas vezes irreversíveis.

* A maledicência, atrasa o nosso crescimento moral, ao darmos ouvidos aos fofoqueiros...

* São tantos os nossos envolvimentos com o meio que nos cerca, que o melhor, é "orar e vigiar", assim como "Jesus Cristo" nos mostrou.

* Nascemos nus, simples e ignorantes; somos alimentados e educados por nossas mães; somos inseridos em grupos sociais para aprendermos masis e mais; crescemos e damos novos rumos a tudo o que aprendemos.

* Só não constrói uma nova caminhada na sua elevação humana, quem deu ouvidos às masmices.

* Tem pessoas que pensam, planejam mil coisas, refletem mil vezes, até se verem nas alturas, se esquecendo de fazer tudo isto com os pés em terra firme.

* Com suas idéias no mundo da lua, muitos acabam se perdendo no próprio pensamento, sem irem à diante.

* Pensar, imaginar, criar... É muito bom. Mas, socializar tudo isto, é melhor ainda. Afinal, como disse um poeta, que não me recordo o nome: "Sonho que se sonha só, é um simples sonho".

* Os grandes inventores da humanidade, não morreram ricos, mas conquistaram a riqueza do saber. Por isso, seus legados fazem parte do dia a dia de muita gente, até os dias de hoje. Se não fosse por eles, provavelmente, ainda estaríamos vivenciando as escrituras milenares (Escrita cuneiforme, pictograma, fonograma, ideográfica...), escrevendo nas pedras.

* Temos muito o que aprender... Enquanto isso, vamos vivendo as nossa crianças interiores - cada qual com as suas características, que só se diferenciam, na forma de pensar e fazer as coisas.

* Ao nascer, soltamos o nosso primeiro grito de alerta - o "choro". Depois, entre choro e risos, vamos soltando outros gritos, que agradam a alguns e a outros não, necessários aos nossos convívios e às nossas conquistas que marcarão a nossa histórias. Afinal, quem não chora , não mama!

* Desde criança, sempre ouvi alguém falar: "__ Inteligentes são as galinhas que, ao botarem seus ovos de cada dia, cantam alto, proclamando ao mundo, o grande feito."

terça-feira, 24 de maio de 2011

AMOR SOBREVIVENTE

 Autoria: Claudete T. da Mata

Certa vez, uma velha senhora insatisfeita com a indiferença do marido, um senhor beirando os 80 anos de idade, resolve lembra-lhe da vida de casados, de um jeito muito especial. Ela chega no quarto, tira a roupa e vai para o seu banho de espuma, dentro de uma banheira bem cheia de água morninha, do jeito que ela mais gostava.

Mergulhada no espumaredo, a velha senhora quase dorme. Mas de repente, lhe vem à memória as doces lembranças do tempo de outror (Tempo em que tudo começou ao lado do seu grande amor.).

Animada com as doces lembranças, a velha senhora sai da banheira, se veste e corre para a cama; se aconchega no seu velho amor e fala docemente, sussurrando no seu ouvido:

__ Meu velho, lembras do nosso primeiro encontro lá atrás da igreja de Passo Fundo?

__ Oh... Se lembro. Tu com o teu corpinho todo cheio de curva. Cada uma que era de deixar qualquer um maluco, maluco, sem saber o que fazer com tanta belezura.

__ É, você até me roubou o primeiro beijo, lembra?

__ Oh... Se lembro!

__ Você me olhava com uma fúria que me fazia arrepiar todos os pelos do meu corpo, viu!

__ Se vi... Você não conseguia disfarçar, sabia?

__ Jura?

__ Eu não. Você fazia era questão de me deixar todo... Nem é bom lembrar.

 __ Conta, eu gosto de ouvir você falar daquele tempo!

 __ Você heim..., sempre safadinha!

 __ Quando casamos você costumava coçar minha cabeça antes de dormir. Era tão gostoso!

 __ É mesmo! E enquanto eu coçava sua cabeça, você segurava o meu...

 __ Meu..., o quê?

 __ Meu dedão sua taradinha!

 __ E você, que além de coçar minha cabeça, também segurava a minha...

__ Minha...?

__ Minha mão seu bobalhão.

Com o pé da conversa atiçando os ânimos dos velhinhos, após alguns segundos, a velhinha abre os braços flácidos e segura a cintura da amada, que fica toda arrepiada com a pegada. A velhinha satisfeita faz questão de relembrar:

__ É, meu velho, na nossa juventude tudo era festa. A gente sempre ficava bem juntinho um do outro...

__ É mesmo... Você lembra-se daquele dia que a sua tia, mandada pelo seu pai, ficou grudada na sala, sentada bem no nosso meio?

__ Oxe! Se lembro meu velho!

__ É minha velha, ela cochilou profundamente, facilitando a nossa primeira noite de... Lembras?

Neste momento, a velha senhora revira os olhos, solta um suspiro ofegante se abanando, e fala:

__ Para, para! Nem me faça lembrar daquel noite... Que noite!

__ O pior foi quando o teu cachorro, aquele guapeca amarelado que pegou minha cueca e saiu correndo pela sala, com ela trincada nos dentes, rosnando feito doido.

A velhinha cai na gargalhada:

__ Heeheheheh...! É mesmo meus velho, ele rosnou tanto, que acordou a titia.

__ É minha velha... Ela acordou atordoada com a bagunça do guapeca, ficando sem saber até hoje, o que Totó tinha na boca.

__ É mesmo! E você teve que voltar pra casa sem a cueca, lembra? Eheheheheh....

 __ Vocêcontinua a mesma safadinha de sempre, né? Vira e mexe, sempre lembra dessa parte. Pena que naquele tempo não tinha a tal da camisinha. Se tivesse, a gente não precisaria ter casado às pressas.

__ Você lembrou-se disso com uma cara, que Deus me livre!

__ É porque estou lembrando que, se o Joãozinho não tivesse nascido tão rápido, a gente podia ter aproveitado mais... Farreado mais mais, você não acha?

__ É, meu velho! Mas que foi bom foi, não foi?

__  Se foi, minha velha!

Neste momento uma hesitação tomou conta do velhinho, que, resmungando ofegante, virou o corpo e se aconchegou de concha nas costas da velhinha, que insatisfeita, resmungou:

__ Se fosse nos velhos tempos, você alisaria minha barriga até... Morderia minhas orelhas até...

Neste momento, vendo o grande amor de sua vida toda só pra ele, o velhinho solta um suspiro, joga a coberta no chão e sai da cama correndo quarto afora, feito jovem no ápce da sua virilidade. E a velhinha, rapidamente, questiona:

__ Vem cá meu amado, não sai não... Ta correndo da raia é? Assim eu me sinto ofendida. Aonde você pensa que vai?

__ Te sossega mulher... Vou até a cozinha pegar a minha dentadura!

Diz a senhora história, que nessa noite o velho casal quase infartou de tanto amor.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

IDOSOS NO CINEMA

Autoria: Claudete T. da Mata

Certa vez, numa parada de ônibus, duas idosas comentavam sobre o susto que passaram com um idoso estrangeiro, morador de Bagé, que foi ao cinema com o seu bicho de estimação. Veja o que aconteceu:
No balcão da bilheteria, o bilheteiro assustado, olha o galo e vai logo ao assunto: "O que é isso no seu ombro, senhor?"

O idoso orgulhoso, responde com aquele sorrisão:
__ Meu filho, este e o meu galo de estimação, raça "Galiformes". Comprei numa exposiçãono "Egito", um torneio que me custou os olhos da cara, tchê. Gostou?

O bilheteiro, cortando a conversa:

__ Meu senhor, realmente, é um belo galo, mas..., não permitimos animais no cinema.

O idoso aparentemente calmo, concorda. Vai ao toalete, abre a braguilha e enfia o bicho na bombacha, retornando como se nada tivesse acontecido, para compra o ingresso. Entra e senta-se ao lado de duas idosas. Quando o filme começa, o gaudério abre a braguilha para o galo véio respirar um pouco. E não é que o danado do bicho bota o pescoço pra fora, todo feliz! Nesse momento uma das idosas cochicha para a outra:

__ Acho que o velho ao meu lado é um tarado... Sem vergonha." "Por quê? Indagou a outra....

A colega responde num ímpeto:
__ É que o safado, desavergonhado botou o negócio pra fora.

A colega, relembrando os tempos de outrora:
__ Ah, não te preocupa, lembra que na nossa idade nós já vimos de tudo.

A outra, tentando disfarçar o entusiasmo, fala com a cabeça erguida, empinando o nariz:

__ É...! Eu sempre pensei a mesma coisa. Afinal, sou filha de Deus, né, mas é que o danado do negócio tá comendo a minha pipoca, o que faço?

A colega com um sorriso maroto, responde:

__ Aproveita bobinha... E esquece as pipocas.

sábado, 21 de maio de 2011

DEUS SALVE A GRANDE “MÃE NATUREZA”!


Autoria: Claudete T. da Mata

Sempre ouvi dos mais velhos, que desde criança, devemos respeitar a “Mãe Natureza” uma das grandes “Obras de Deus”. E é bem assim, nós, os bichos homens, nascemos e crescemos com o auxílio da “Mãe Natureza”, extraindo dela todos os nutrientes necessários para o nosso bem físico e também psicológico. Mas, muitos, ao se verem adultos, esquecem de todos os benefícios recebidos da “Grande Mãe”.

E dotados de inteligência que os diferenciam de outros bichos, ditos irracionais, aos poucos, os bichos homens foram ocupando os espaços da “Grande Mãe”. Isto aconteceu quando ainda mal sabiam dominar a linguagem oral, e muito menos conheciam nada da sua origem. Assim, os bichos homens, que até então, andavam pelo chão, abandonaram suas cavernas, para fazer suas novas moradas nas árvores que sustentavam seus bandos.

Aos poucos, os bichos homens, através de muitos ensaios e erros, foram dominando e aprimorando a linguagem, e tomando consciência da capacidade de pensar, desceram das árvores em busca de novas moradias, novas descobertas, criando seus mitos, seus eventos...

Na querência de mudar o estilo de viver, depois de terem desenvolvido a capacidade de pensar humanamente, os bichos homens, aqueles que iniciaram sua caminhada pelo chão, depois subiram e se fixaram em grandes árvores, descendo delas, retornando ao chão, para morar em cavernas frias e escuras, partiram para novas ações com suas cabeças cheias de ideias mirabolantes, dando origem aos homens de hoje.

No ato de inventar e reinventar tudo ao seu redor, os novos homens iniciaram uma grande caminhada. Planejaram e construíram suas casas, seus castelos, seus jardins, suas cidades, tirando uma árvore daqui e replantando ali... Enfim, uma coisa atrás da outra. Mil invenções sem fim.

Não se sentindo satisfeitos, os novos homens, agora pesquisadores e achando-se conhecedores das origens, suas e do planeta, mais confiantes e de certa forma, arrogantes, começaram a podar a “Mãe Natureza”, cortando árvores para grandes e pequenas construções, arrancando-as de seus lugares, separando-as de suas companheiras, do lugar que a “Mãe Natureza” as plantou.

Assim, os bichos homens foram agindo em nome do “Progresso”, foram se ocupando da “Mãe Natureza”, dividindo-a em pedaços, dizendo: “Isto é meu; aquilo é teu...” E a “Mãe Natureza” foi perdendo sua grandeza,.

O tempo passou tudo mudou e o planeta foi dividido em países, cada qual com suas cidades, seus bairros... O clima já não é mais o mesmo. Respiramos impurezas,
Nossos alimentos nos fazem adoecer...

Os bichos homens cresceram, estudaram, inventaram e inventam coisas todos os dias, dizendo ser tudo isto, o começo de uma “Nova Era”, com novas tecnologias, novos costumes, novas crenças, novas descobertas e novos destinos à “Mãe Natureza” que começou tão potente na companhia dos seus nativos primitivos, os nossos ancestrais de todos os cantos do “Planeta”. E nós que evoluíram tanto, ao ponto deixar a nossa “Grande Mãe” no desalento desencanto. Se antes as florestas, as selvas eram repletas de árvores frondosas que cobriam todo o “Planeta”, hoje muitas delas viraram pedras, mais conhecidas por “Cidades”.

Foi assim que, no princípio de tudo, neste Planeta desnudo Deus criou a “Mãe Natureza” com todos os seres viventes, inclusive “Nós”!

Mas cadê a “Mãe Natureza” com todas as suas árvores frondosas, que “Deus” cuidadosamente e com todo amor criou? O melhor é que não nos façamos de bobos...
Sabemos que o os bichos homens, hoje chamados “Gente”, em nome do “Progresso”, eles saíram pelo mundo para formar sua “Nação”. E nas suas andanças desenfreadas, atropelaram tudo pela frente, destruindo a “Grande Mãe” que sempre amparou a “Gente”.

E agora, o que será do futuro do nosso “Planeta Desnudo”, sem os recursos naturais ofertados pela “Mãe natureza”, que na ânsia de ser o melhor, agindo como verdadeiros bichos, nós os homens ainda temos coragem de reclamar e até maldizer o destino cavado pelas nossas próprias mãos; ainda nos sentirmos impunes?

Mas a “Mãe Natureza” com sua natural sapiência vê muitos de seus filhos e irmãos se rebelar. Portanto, podemos ver os Mares levando tudo pela frente, a Terra abrindo grandes fendas e potentes crateras que engolem tudo o que podem. E os Vulcões espertos e grandalhões, sempre prontos para arderem e expelirem de prazer o denso líquido fervescente sobre tudo pela frente. Os ventos pequenos e grandes, quando surgem é de arrepiar; levantando telhados, arrastando construções...

Diante de tudo isto, e mais ainda, pensando nos meus descendentes, que “Deus” tenha piedade da humanidade, recuperando a “Mãe Natureza” para a tão prometida “Nova Era”!

terça-feira, 17 de maio de 2011

CHICO XAVIER, UMA ALMA ESPECIAL!

Leitura: Claudete T. da Mata 

Os dados contidos nesta crônica, foram extraídos das leituras que fiz e dos filmes que assisti sobre nosso querido Chico Xavier, no decorrer de suas experiências terrestres.

Chico Xavier, uma alma especial que nasceu entre nós!

Ainda menino, conversava com sua mãe desencarnada, recebendo dela as orientações que necessitava para levar a amarga vida na casa da madrinha, a qual o humilhava..., maltratando-o todos os dias.

O menino Chico, compreensível como sempre, jamais perdeu o seu jeito especial de ser e estar no mundo.

Menino que sabia refletir, ser confiante, sem medo de ser castigado e até espancado pela madrinha.

Chico jamais chingou alguém, nem mesmo as formigas do seu quintal.

Quando foi convidado a se retirar da casa de seu pai, saiu sem levar consigo o rancor pelo pedido feito por sua irmã mais velha, Chico, simplesmente arrumou os seus poucos pertences, e se foi sem saber onde morar.

Chico foi amparado, assim como jamais deixou de amparar alguém.

Este homem simples, sempre foi agradável com todoas as criaturas, agradecendo a Deus pela vida, todos os dias.

Durante toda a sua trajetória, Chico atendeu os seus semelhantes necessitados, sempre, sem olhar a quém.

Esta alma, que partiu amparado pela espiritualidade superior, nasceu entre nós nos ensinando a viver com humildade, carisma, bondade, amor, lúz, conhecimento e a sabedoria  que só as grandes almas são capazes de mostrar a todos ao seu redor.

Na minha juventude, falei com Chico, por telefone. Chorei  só de sentir a sua energia bem próxima de mim, inundando todo o ambiente em minha volta. Ele falou coisas que jamais esquerei enquanto viver. Nesse momento tive a certeza de que uma alma de lúz estava banhando minha alma.

Amado Chico, espero um dia poder abraçá-lo lá na espiritualidade.

Por hora, só me resta agradecer a Deus por ter nos dado Chico Xavier!

domingo, 15 de maio de 2011

CRIANÇAS DE MENTES BRILHANTES

Autoria: Claudete T. da Mata

Não se sabe ao certo qual criança nasceu primeiro. Cada uma foi nascendo no seu tempo: uma primeiro, outra depois e assim por diante.

E assim, o Planeta foi ficando repleto delas, igualmente a um ninho cheio de pintinhos: Uns sonolentos e outros ativos de mais; uns inteligentes e outros criativos; uns racionais e outros afetivos; uns cuidadosos e outros confiantes de mais; uns altos e outros baixos; uns magrinhos e outros bem cheinhos; uns cabeludos e outros carequinhas... Eram crianças de diferentes características, de todos os níveis sociais e tipos físicos, cada qual com suas preferências, devers e direitos.

Diante de tantas surpresas, nada e ninguém neste Planeta, tem como sobreviver sem regras, sem leis... E aqueles que ousam transgredir a ordem das coisas, dos fatos... Um dia, pagarão pela falta de amor, de consciência, de reflexão... Afinal, tudo tem seu preço!

Muitos pais não gostam do que vêem, ouvem..., e sentem no decorrer do crescimento e desenvolvimento de sua prole. É que desde o início cada criança foi seguindo a sua natureza, sem obedecer os seus genitores. Estas crianças, no decorrer da caminhada, cresceram; umas preservando e outras perdendo as suas essências. Elas nasceram estrelas, onde as mais forte não deixaram que ninguém cortasse as suas pontas, prosseguindo nas suas experiências.

Quando alguém as interroga, elas que conservam na memória a resposta mais cabível, sem caírem no achismo, dão logo a sua resposta. Diante de tais réplicas, não há aquele que ouse persistir no erro de se fazer de "Senhor da Verdade", visto que estas crianças, desde a tenra idade, sabem ouvir, refletir e avaliar o que ouvem, falando na hora devida. Diante de tais atitudes, muitos adultos ficam sem chão, muitas vezes sem respostas.

Estas crianças não nasceram para dominar o mundo, muito menos para humilhar ninguém, e sim para mostrar ao mundo que benevolência, conhecimento, sabedoria e desapego..., não só se adquire na convivência com o outro, como também se nasce com elas. Caso contrário, por que encontramos crianças de mentes tão brilhantes, geradas e nascidas em comunidades palpérrimas, desprovidas de quase tudo, porque lhes é dado o direito de nascer, de viver...

Quantos de nós, já não se deparou diante com crianças de mentes brilhantes?

sábado, 14 de maio de 2011

O CASAMENTO DA BARATA


Releitura: Claudete T. da Mata

Certa vez uma barata que passava o tempo limpando a casa, varrendo daqui e dali, ouviu um barulho estranho, e não é que a danada da barata encontrou uma moeda de ouro?

Sem acreditar no que vira, Dona Barata gritou:

__Viva! Viva! Estou rica, rica! Riquíssima! Agora sim, posso casar com alguém importante!

Dona Barata, queria ter vida boa, mas antes precisaria realizar um sonho: Casar o mais rápido possível, com um sujeito elegante, bonito...

Decidida como sempre, a nova ricaça, foi ao melhor cabeleireiro da cidade, ajeitou a carapuça e colocou um laçarote vermelho no cabelo. Depois foi às compras, levando para casa um vestido preto, de rainha, comprido com longa calda, todo crivado de pedrinhas.

Depois das compras, Dona Barata pegou o restante do dinheiro e guardou numa caixa a sete chaves. Certa de que seu tesouro estaria bem guardado, ela foi para a janela e cantarolou bem alto, para que todos a ouvissem:

“Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fitas no cabelo e dinheiro na caixinha?”

Bem longe dali, um rato espertalhão, ouvindo a tal cantoria, se pôs a imaginar o tamanho do tesouro da Dona Barata:

__ Este tesouro deve ser uma belezura daquelas, caso contrário, por quê a Dona Barata estaria assim toda feliz, dando uma de cantora?

Pensando assim, o rato saiu da toca, correndo, até a casa da Dona Barata, e aos berros respondendo:

__ Eu caso! Eu caso! Pode contar comigo.

Acontece que o rato, além de pequeno, tinha uma vozinha muito fraca, tão fraca quanto o piado de um pinto. Tanto, que a Dona Barata nem conseguiu ouvi-lo.

Nisto, chegou o cachorro se coçando todo, com o latido forte e rouco, dizendo:

__ Au! Au! Au! Eu caso! Au! Au! Au! Eu caso!

Dona Barata, assustada com o latido do cachorro, foi logo respondendo:

__ Nada disso, com você não caso não, mas nem pintado de ouro! Com esta barulheira toda, como poderei dormir? Isso, sem falar nessa coceira toda. Eu, nem pensar!

Humilhado, lá se foi o cachorro com o rabo entre as pernas.

O rato, vendo no que deu a resposta da Dona Barata ao cachorro, insistiu outra vez:

__ Eu aceito casar com você!

Mas... O elefante grandalhão, pulou na frente do rato, falando com o seu vozeirão:

__ Eu aceito! Sempre achei você um encanto.

Dona Barata, estremecida de medo, e quase surda de tanto barulho, respondeu o mais alto que pode:

__ Ta louco! Com você não caso não. Veja o tamanho do seu nariz...? Imagine só, na primeira inspiração, dormindo do seu lado, serei inspirada pulmão adentro. Nem é bom pensar... Comigo não! Vá, vá, vá...!

Dona Barata se benzeu, e o elefante, desesperançado, foi embora o pobre coitado.

E lá veio o rato, pensando novamente:

__ Dessa vez eu não desisto!

Mas... O gato-do-mato, pulou na frente do rato, milando:

__ Miau! Miau! Miau! Eu caso!

Dona Barata, tampando os ouvidos, assustada com o zunido, respondeu:

__ Não, você não! Veja sua voz quase arrebentou os meus tímpanos!

Ouvindo isso, o gato-do-mato, desanimado, num único pulo, foi embora acabrunhado.

E atrás gato-do-mato, veio o papagaio todo animado:

__ Case comigo! Case Comigo! Case Comigo!

Dona Barata, se agradando da melodia papagaiesca, foi logo pedindo:

__ Gostei! Agora mostre-me o que você mais gosta de fazer!

O papagaio todo faceiro, estufou o peito, arrepiou suas penas, mostrando o que ele mais gostava de fazer:

__ Papagaio Louro! Louro! Louro! Papagaio Louro! Louro!  Louro...!

O papagaio parecia mais um CD arranhado. E Dona Barata, atordoada, no meio daquela repetição, gritou o mais alto que pode, interrompendo o fanfarrão:

__ Eu desisto! Pra mim você não serve. Só imagino você na nossa lua de mel, falando desse jeito sem parar. Não! Não! Não! Comigo nem pensar!

Nisso, vieram outros animais (O cavalo, o boi, o leão, o leopardo, o porco, o zangão, e até o galo garnisé) E a todos, Dona Barata respondeu alto e de bom tom:

__ Me desculpem, não suporto roncos, mugidos, nem relinchos, tenho medo de gritos e zunidos...! Saiam todos daqui. Andem, andem!

Atordoada, quase desistindo da procura, Dona Barata continuou a cantar debruçada na janela, pobre donzela:

“Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fitas no cabelo e dinheiro na caixinha?”

E ali cantarolando, debruçada na janela, Dona Barata percebeu a presença do rato, todo estafado e tonto de tanto gritar:

__ Eu aqui! Eu aqui! Eu caso! Eu caso!

Ela respondeu, ofegante:

__ Ufa! Finalmente encontrei alguém que não me põe medo E ele é bonitão! Agora sim, eu caso!

E tomada pela euforia, a Dona Barata foi cuidar dos preparativos do casório mais badalado daquele lugar, com tudo cheio de enfeites, todos com roupas novas e muita comilança, a parte da história que o rato mais gostou:

Um panelão de feijão, cheio de costelas, rabos, pés e orelhas de porco, fervendo a todo vapor, deixou o rato zonzo. E bem ali, na frente do panelão, o rato se pôs a esperar..., Parecendo uma eternidade.

O rato, seco de fome, ao ver que a cozinheira saiu para pegar tempero, sentindo o gosto do cheiro, aproveitou para experimentar o gostoso feijoeiro:

__ É agora que darei aquela provadinha! Só uma pela beirinha... E só uma provadinha não fará falta a ninguém! Eheheheh...

E o rato pulando na beira do panelão, todo ansioso, sussurrou:

__ Hum... Vou pegar só aquele rabinho ali... Aquele olhando pra mim. Ele parece delicioso...! E, além disso, aposto que ninguém irá notar a sua falta! Vem rabinha! Vem rabinho...

Pobre rato guloso, distraído e malandro, que sem se dar conta da fervura do panelão, pendurou-se na sua beirada, e mergulhou no feijão.

A cozinheira voltou com as mãos cheias de temperos, jogando no panelão. E com uma colher de pau, ela mexeu o feijão.
Depois da feijoada pronta, sem saber do acontecido, os convidados foram servidos com pedaços do bichinho.

Foi assim que o rato, conhecido por senhor ratão, levado pela gula, teve morte instantânea na panela de feijão.

Pobre da Dona Barata, sem saber do ocorrido, viu no seu futuro marido, o
falecido, um safado fugitivo.

Mais triste ainda em ver seu casamento perdido, e toda aquela festança, Dona Barata lamenta ter enchido a pança da vizinhança.

Mas no dia seguinte, decidida como sempre, Dona Barata abre as azas, se debruça na janela e recomeçar a cantoria:

“Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fitas no cabelo e dinheiro na caixinha?”