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segunda-feira, 2 de maio de 2011

BANHO DO PADRE ZEZO




Autoria: Claudete T. da Mata

Era sábado, dia especial no Convento da Vila das Irmãs Paparicas, um lugarejo escondido nos confins da Terra, com um jardim bem cuidado, crivado de flores de todos os tipos e cores.

Era um dia especial - "Dia do banho do Padre Zezo", um velhinho muito querido pelas irmãs, beirando os 100 anos de pura lucidez. O querido velhinho era portador de artrose e artrite; dos dedos das mãos até os dedões dos pés... Pobre Padre com as suas articulações fracas, coitadinho.

Justo nesse dia, o buchicho no Convento, era que a Madre Superiora, acostumada a dar banho no Padre desde a sua juventude, estava com a coluna travada, por isso ordenou que jovem Irmã Jordete, fosse imediatamente preparar o banho do seu amado Padre.

A jovem Irmã, observadora como sempre, ao perceber o estado da Madre, foi logo preparando tudo (água, as toalhas,  as roupas...), exatamente do jeito que o velho Padre gostava. Tudo isso, sem saber que nesse dia, ela cumpriria uma missão importante, devendo obedecer à seguinte instrução da Madre Superiora: 

__Primeiro você jamais deve olhar para o corpo do Santo Padre; segundo, deve fazer apenas o que ele lhe pedir, entendeu?

__Perfeitamente Madre!

Mas assim que o Santo Padre avistou a jovem freira, foi logo lhe pedindo:

__Filha, venha cá... Primeiro, se ajoelhe e reze... Isso, isso! Agora prociga...

Irmã Jordete foi logo obedecendo a voz da razão, sentindo no peito e na alma aquela sensação de dever cumprido.

No dia seguinte, a Madre Superiora, ao avistar Irmã Jordete, foi logo perguntando: 

__Irmã Jordete, e o banho de ontem, transcorreu tudo bem?

Pobre Irmã Jordete, sem saber o que aconteceu, ou seja, na enrascada que se meteu, foi logo respondendo orgulhosamente:

__Madre, nem lhe conto!
__Pois me conte tudo!
__Depois do banho do Padre, eu fui salva.
.__Irmã Jordete, Irmã Jordete... Salva, como? Não entendi! 
__Madre, você vai entender já, já, preste atenção: quando o Padre Zezo estava todo ensabonetado, pediu que eu enxaguasse as suas partes... 
__Que parte?
__Aquelas, lá...
__Quais?
__Calma, calma, depois lhe falo. Enquanto eu estava tirando o espumaredo de suas costas, o Padre foi guiando minhas mãos com as suas mãozinhas trêmulas, bem devagarzinho, para o meio das suas pernas trêmulas...
__O quê?
__Sim, então ele disse com a sua vozinha ofegante, coitadinho:
__Filha, é aqui que se guarda a chave do Paraíso, sabia?
Apavorada, a Madre falou alto e pasma:
__O quê? Eu não podia ter me encamado esse tempo todo, justo nesse dia.
__Calma Madre, calma!
__Tem mais?
__Sim, sim... Eu fechei os olhos e nem acreditei na graça que estava recebendo. 
__Que Graça?
__Então, não é que ele disse que a fechadura estava comigo, e que se aquela chave coubesse em minha fechadura, os portões do paraíso se abririam para mim?
__Não!
__Sim senhora, ele afirmou que eu receberia a salvação e a paz eterna.  
__O quê?
__Sim senhora! Foi aí que o Padre Zezo colocou a chave do paraíso na minha fechadura. 
__Jura, e foi bom?
__Juro! Primeiro senti  uma dor horrível, mas o padre disse que o caminho da salvação é mesmo doloroso, e que a Glória do Senhor iria encher o meu coração de êxtase. Como a senhora vê, eu fui salva!
__Salva é? Safado! (Berrou furiosa.) 
__Por que, Madre?
__Porque há mais de trinta anos, ele me diz que aquilo que ele carrega entre as pernas, é um apito de chamar anjo?
__Jura?
__Por que eu mentiria? Saia já daqui sua descarada, traidora... Vá agora mesmo para a capela, e reze o terço 100 vezes de joelhos sobre grãos de ervilhas..., que são mais macios (falou para si).
__Mas, Madre eu só fiz o que me mandaram. Diga-me, onde foi que errei?
__Irmã Jordete, Irmã Jordete... Não se faça de vítima, muito menos de boba. Você acha correto, eu ter passado todos esses anos, banhando o Padre Zezo, e só agora é que ele resolve mostrar a chave do céu e justo para você?
__Mas Madre, jamais imaginei em toda a minha vida, ser a escolhida. A senhora não acha que estava escrito, já que foi você mesma a me mandar banhar o pobre Padre?
__Pobre Padre coisa alguma. Eu..., eu sim é que deveria ser a escolhida, que passei minha juventude cuidando da minha fechadura... Pra quê? Pra você chegar com a sua e ser a escolhida, e ainda chama isso de justiça?
__Mas Madre, então por que fui mandada banhar o Padre, justo no dia da grande revelação... Justo no dia em que a senhora não poderia fazê-lo. Será que você não esteve todo esse tempo, fazendo a coisa errada no momento certo?
__Isto é um insulto, saia já daqui. E tem mais, vá pagar a sua penitência, na solitária!
­­­__O quê? Tudo bem, mas eu ainda não falei o pior!
__Ainda tem mais?
__Tem... É que após ter colocado a chave em minha fechadura, o Padre Zezo, falou umas palavras estranhas, deu uns gemidos e morreu!
__Morreu?
__Sim!
__Pois essa, eu quero ver bem de perto!
Furiosa, a Madre Superiora sai correndo até o quarto do Padre, com um travesseiro empunhado, e com a língua trancada entre os dentes, ao abrir a porta do quarto, se assustou com o que viu. Nesse momento, a Madre gritou e cai morta.

As outras freiras foram chegando e desmaiando uma sobre a outra, cobrindo a Madre. Até Irmã Jordete entrou na pilha, restando apenas o Padre Zezo que se ajoelhou, olhando cada uma delas, e falou com a vozinha trêmula:
__Minhas irmãzinhas..., não façam isso comigo não. O que aconteceu, justo agora que ganhei o Paraíso?

domingo, 24 de abril de 2011

BATIZADO DO FILHO DA MARICOTA

Autoria: Claudete T. da Mata


Maricota, mulher bem vivida, comprida que nem tripa, levou o filho à igreja para providenciar seu batismo. Ao vê-la entrar rebolando meio desengonçada, com a criança no colo, o padre foi logo lhe fazendo algumas perguntas:

Maricota (Sorrindo): Bão dia padri, tem vaga pra batizá mô fio?

Padre: Sim, sim! Mas, qual é o nome dele?

Maricota: É Maneca! 

Padre: Quantos anos ele tem?

Maricota: Nove mêx! 

Padre: E o seu nome qual é?

Maricota: O meu o senhô já sabe, né padri..., é Maricota. Tá cum milolo froxo, é?

Padre: Você, né, malcriada como sempre. Mas, deixa pra lá e diga o nome do pai da criança?

Maricota: Ai mô Deus, o sinhô me dexcurpa, mas não vô falá não. 

Padre (Irritado): Minha filha, responda logo... Por que isso agora?

Maricota: Tá bão, tá bão, intão eu falo. É o padri Manueli. Pronto... Falei!

Padre (Assustado, de boca aberta) O que, o padre Manoel? Você está querendo dizer que ele largou a batina?

Maricota (Irritada): Não sinhô, ele alivantô ela e sigurô cuns denti... Depox...!

Padre: (Esbravejando): Chega... Venha, vamos até o confissionário que lá poderemos falar melhor sobre isso. Me desculpe, mas está parecendo um insulto.

Maricota (Decidida): Óiaqui sô padri, eu vim aqui pra mode tratá do batizadu du meu fio, e não pra mi confessá, o sinhô intendeu? 

Padre (Mais irritado ainda): Ora, ora... Vamos pra lá antes que eu te desconjure!

Maricota (de mãos na cintura, batendo com os pés no chão): Tá bão, intão vamu. Maix óiaqui, si o sinhô não fizé essi batixmu, eu vô gritá pra todu mundo orví, quem é o pai du meu fio.

Padre (apavorado, entra no confissionário): Feche a boca Maricota, e vamos conversar em silêncio!

Maricora (Levanta irritada, segurando a criança no ombro): Ó! Si o sinhô não resorvê issu logu, eu vô começá a contá: um, dox...

Padre (apavorado, suando frio): Pare, pare... (Sussura para si mesmo) Minha nossa, se esse povo sabe quem é o pai desse menino, o pobre padre Manuel nunca mais vai poder levantar a batina... Quero dizer, rezar a missa.

Maricota (Ouvindo o sussuro, sorridente e sarcástica): Ah é..., né padre, ainda maix si essi povu todu ficá sabendu du seu probrema de sanambulixmo, né? Maix falando nissu, aquela batina, aquela qui o sinhô dexô na noiti passada lá im casa, si alembra? Já tá lavada, viu padri? I óia, daqui uns seti mêx, já vai tá nescendu otro bacurizinhu. Aí, vô tê qui percurá otru padri pra modi batizá u coitadinhu.

Padre (Ofegante): O quê...? Comigo não!

Maricota (Satisfeita, passa a mão na cabeça da criança.): Intão, padri..., vai ô não vai saí o batizadu?


Maricota, olha pela tela do confissionario e vê o padre assinalando SIM, de olhos esbulhados, tremendo que nem vara verde. Assim que ela sai, o padre passa as mãos na testa e cai durinho, durinho.

quinta-feira, 31 de março de 2011

SÚPLICAS E AGRADECIMENTOS

Pai Celestial, em primeiro lugar, peço proteção a todos os teus filhos e filhas, de todas as idades e credos, em cada canto do mundo. Que cada um possa encontrar a felicidade, a paz ,o amor  e a Verdade..., dentro da Casa que chamamos Coração. Que Todos possam deixar para trás s entraves da vida, esquecendo seus devedores, suas dívidas..., e se libertando das mágoas e raivas que lhes envenenam o organismo, começando pelo coração, e assim, evitando dores maiores que dilaceram o corpo e a alma.


Meu Criador, OBRIGADA pela Vida de meus Genitores. Sei que sem eles eu não teria nascido do jeito que sou e onde estou. Dê à minha Mãe tudo o que todas as Mães merecem, “Saúde, Carinho e amor de seus filhos e filhas... Vida longa para que ela possa estar mais tempo bem pertinho de nós, nos abençoando sempre e velando por nós. Sei que Mãe é Anjo Presente na vida de cada filho e filha. E ao meu Pai, um lugar no Céu, pois ele já não está mais neste plano.


 Pai proteja minhas Irmãs e Irmãos pela oportunidade de nascermos e crescermos juntos. Apesar das diferenças, nos amamos e nos respeitamos da infância à fase adulta. Mesmo nos xingando, vimos os laços do amor aumentar mais e mais. Lembro dos tempos em que eu e meus irmãos, o Mano e a Nem, ficávamos até tarde da noite caçando camundongos. Eu sempre dava o jeito de espantar os ratinhos, livrando-os da morte. Depois do xingamento dos dois, era só risos pelo meu feito. Crescemos, casamos, tivemos filhos, meu irmão também partiu deste plano; está perto de ti Pai. Cuida dele! Eu e minha irmã continuamos aqui precisando de ti.


Jesus proteja meus Filhos e me dê Vida, Saúde e muito Amor para continuar sempre cuidando deles. Obrigada Senhor por estas duas Jóias que me confiaste. Estou fazendo tudo o que posso e o que não posso, para vê-los saudáveis, amorosos, amigos, inteligentes, carinhosos e felizes na companhia de todos que os cercam. Não posso esquecer-me de agradecer pela existência de meu companheiro, o pai de meus filhos, o qual sempre dividiu conosco todo amor, amizade e companheirismo. Ele parece o nosso Anjo da Guarda sempre presente. Dê a ele toda Proteção e todas as tuas bênçãos Senhor.


Criador Divino, dê aos meus amigos e amigas, toda Proteção, abençoando-os com Sinceridade e Transparências, tudo regado pelas tuas Bençãos.


Pai Celestial, peço a Ti tudo isto para todas as tuas Criaturas de todos os Credos e Raças, Reinos e Mundos. 

OBRIGADA SENHOR!

Autoria: Claudete T. da Mata, 01 de abril de 2011.

domingo, 27 de março de 2011

CURRÍCULUM - CLAUDETE T. DA MATA

Bruxa Celta da Mata



Catarinense, nascida em Florianópolis/SC, residente na Rua Pedro 1, Nº 16, Capoeiras/Fpolis, com formação acadêmica em Pedagogia do Magistério/MA (UNIVALI), Especialição(UNIVALI) e Mestrado em Psicopedagogia (UNISUL), sempre em busca de novos conhecimentos para inovação e crescimento pessoal e profissional.  Fui professora de ensino técnico para professores das Séries Iniciais/Magistério, professora universitária colaboradora na Educação à Distância, UNOPAR/PR - Universidade Norte do Paraná, com atuação na implantação e implementação da Proposta Curricular da Educação Infantil do Estado de Santa Catarina; dos Conselhos Municipais da Criança e do Adolescente e Conselhos Municipais da Pessoa Idosa/SC. Prestou serviços em assessoria a órgãos públicos e privados, consultoria em elaboração de projetos e organização de seminários e conferências regionais, estaduais e nacionais dos direitos da pessoa idosa, onde atuei como Secretária Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa de Santa Catarina.   Escrevo contos, poesias e peças teatrais  a partir de releituras  e experiências da vida real, com dedicação esxlusiva ao teatro e contação de histórias para todos os públicos. Processo de formação teatral, pela Oficina Permanente de Teatro da UFSC, sob a direção de Carmem Fossari, Fizeram; integrante da Oficina Literária Letras no Jardim (http://letrasnojardim.blogspot.com); Grupo Teatral Boca de Siri / IFSC até os dias atuais, onde fiz a personagem “Benzedeira Gamboa” na peça Seo Frankolino e o Fantástico da Ilha; Fundadora do "Grupo Teatral EXPRESSARTE: Bonecos em Movimento" (Coordenadora, produtora, diretora, bonequeira e atriz), com participação especial na Companhia de Teatro Letras no Jardim, como atriz e co-autora de roteiros teatrais, e Ministrante de Cursos de Capacitações  (Teatro de Bonecos e Contadores de Histórias) para professores e graduandos em diferentes áreas, e público na faixa etária dos 6 aos 100 de idades. Na clínica psicopedagógica, atendo crianças, adolescentes e adultos com dificuldades de aprendizagem e diferentes síndromes: X-Frágil, Autismo, Dawn e DDA - Distúrbio de Déficit de Atenção.
Contato: (48) 38792061
E-mails: claudete_tm@hotmail.com - puff2000-2010@hotmail.com - claudete.mata@gmail.com


 Como atriz fiz e faço parte dos seguintes grupos:

 1 - Oficina Permanente de Teatro da UFSC

* Leituras Dramáticas "Lisistrata" e "O Avarento", sob a Direção de Carmem Fossari, Teatro da UFSC em julho de 2007

* Leitura Dramática "Édipo Rei" e "A Greve do Sexo", sob a Direção de Carmem Fossari, Teatro da UFSC em 11 e 12 de julho de 2008

2 - Déssima Primeira Edição do SaraUFSC *

* Performance "A Festa das Bruxas", em homenagem ao catarinense Franklin CascaesLeituras Dramáticas, Teatro da UFSC em 07 de agosto de 2007
  
3 - Grupo Teatral Boca de Siri do IF-SC: Peça Teatral “Seo Frankolino  o Fantástico da Ilha", sob a Direção de Marcia Krieger e Tania Meyer

 * 8º Didascalico/Mostra de Teatro/Auditório do campus Instituto Federal de Santa Catarina/IFSC em 14 de setembro / Florianópolis /SC/2009

* Semana Nacional e 3ª feira de Ciência e Tecnologia do Instituto Federal de Santa Catarina/IFSC/Largo da Alfândega (Miramar) Centro em 14 de outubro/Florianópolis/SC/2009

* Centro Cultural Bento Silva /Casarão da Lagoa em 13 de novembro /Florianópolis/SC/2009

* FORUM MUNDIAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA E PROFISSIONAL/ Centro de Convenções Ulisses Guimarães de 23 a 27 de novembro/ Brasília/DF/2009

* Teatro Álvaro de Carvalho / TAC em 01 de dezembro / Centro de Florianópolis/SC/2009

* Theatro Adolpho Mello /em 4 de dezembro / S. José/SC/2009

* 9º Didascalico / Mostra de Arte /Auditório do campus do Instituto Federal de Santa Catarina em 21 de setembro / Florianópolis/SC/2010

* Ginásio do Município de Anitapolis em 23 de outubro/SC/20

 4 – Grupo Teatral EXPRESSARTE - Bonecos em movimentos: Peça Teatral "lendas da Ilha de Santa Catarina: O Santuário das Bruxas" (Contos de Franklin Cascaes, da Tradição Oral e Vivências de Infância...), sob a direção de Claudete da Mata e Joel Vigano.
 
* Centro Educacional Infantil Carolina / em 29 de outubro / Biguaçu / SC/ 2009
*Centro Educacional Infantil Monte Cristo / em 29 de novembro / Florianópolis / SC / 2009

* 8º Didascálico - Mostra de Teatro - IF-SC / em 14 de setembro / 2009

* Auditório do Instituto Federal de Santa Catarina / Campus IFSC em 3 de dezembro / Florianópolis /SC / 2009

* IIª Semana Ousada das Artes / Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) / Biblioteca Pública do Estado de Santa Catarina / em setembro / Centro/Florianópolis/SC/2010

* Semana Nacional e 4ª feira de Ciência e Tecnologia do Instituto Federal de Santa Catarina/IFSC/Largo da Alfândega (Miramar) Centro em 15 de outubro/Florianópolis/SC/2010

* Feira do Livro de Florianópolis / 06, 08 e 09 de novembro / Centro /Florianópolis / SC / 2010

* Centro Educacional Infantil Monte Cristo / em 29 de outubro / Florianópolis / SC / 2010

* Centro de Educação Infantil Carolin, 12 de novembro / Biguaçu / Florianópolis / 2010
 
5 - Companhia de Teatro Letras no Jardim: Temporada de Verão / Peça Teatral “O Contador de histórias, a Árvore dos Sapatos", com a esquete especial "Festa das Bruxas" (Contos da tradição oral), sob a Direção de Julião Goulart e Claudete T. da Mata

* Teatro da UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina / Centro / Florianópolis / 4 e 5 de setembro de 2010

* IIª.Semana Ousada das Artes / Universidade do Estado de Santa Catarina(UDESC) e Universidade Federal de Santa Catarina(UFSC) no Centro de Artes Cênicas da UDESC  em 22 de setembro / Florianópolis / SC/2010

* Teatro da Universidade Federal de Santa Catarina / Campus UFSC em 21,22, 23, 28,29 e 30 de janeiro/2011
 
6 - Performances mais recentes:

* Benzedeira Gamboa - Açorfest, Palhoça / novembro de 2009
* Manezinha Candoca com a vovó Filomena (uma Boneca de animação) - TVCOM/SC / 21 de janeiro / 2011
* Manezinha Candoca - Programa Valter Pereira (TVPRIMER) / 25 de janeiro / 2011

 7 - Cursos de aperfeiçoamentos mais recentes:
  
* Oficina de Dramartugia "O Ator em cena", no Auditório do IF-SC/Fpolis, sob a direção do dramartugo paulista Carlos Marroco, dezembro de 2010

* Oficina de "Dramartugia para Roteiristas", no SESC/Prainha/Fpolis, sob a Direção do dramartugo Jô Billac/RJ, fevereiro de 2011

* Oficina de Teatro "MÃOS A OBRA: Princípios Fundamentais de Manipulação de Bonecos, sob a direção de Marcelo F. de Souza [Cia. Experimentus Teatrais]- Atividade do Projeto "Intersecções - Intercâmbio de Solos Teatrais", no SESC/Prainha, março de 2011

* Oficina de Dramartugia "Interpretação Perceptiva", no Salão do Conselho Comunitário de Campinas/São José/SC, sob a direção do dramartugo paulista Carlos Marroco, março de 2011

* Oficina de Dramartugia "O Ator Autoral", Teatro da UBRO/Fpolis/SC, pela Fundação Franklin Cascaes, sob a direção de Ribamar Ribeiro, dramartugo e diretor maranhense/carioca, março de 2011.

A Esquete do Pescador com Teco e Suluca, no Caldeirão dos Contos de Encantos

sexta-feira, 25 de março de 2011

O CASAMENTO DE PEDRO MALAZARTE

Certa vez, Pedro resolveu sair mundo a fora, dizendo que dessa vez iria até os confins do mundo em busca da sua princesa encantada.
Pedro tentara visualizá-la, mas nada de conseguir. Decidido como sempre, fez longas caminhadas. Foi a moda Fernando: um pouco a pé, outro pouco andandouco. E não é que após andar dia e noite sem parar, o sortudo encontro um reino desconhecido com castelo e tudo?
Ao chegar no tal reino, O viajante foi logo se enturmando com a rapazeada do reino, um grupo de adolescente acostumados a se divertirem na única praça da cidade, aonde podiam ver de tudo um pouco. Era gente andando manca dali, gente cega acolá.
Outro passa-tempo da garotada, era caminhar em frente ao castelo para ver a princesa fazer o seu passeio matinal. E atrás dela, como sempre, o cachorrão de estimação, um gordo e bem tratado vira-lata.
Todos naquele reino invejavam a sorte do tal animal, que após ter sido enxotado da casa de seu antigo dono, foi logo caindo nas graças da princesa que o adotou como cão seu de estimação.
Cachorrão tinha vida de fidalgo. Mais que isso, o sortudo até dormia na cama da sua nova dona. E para completar o absurdo, ele não deixava estranho algum se aproximar da princesa. Se algum abestalhado se atrevesse, o resultado era sair correndo aos berros sem os fundilhos da calça.
Ao ouvir sobre a boa vida do tal cão, Pedro, de olhos arregalados, até sonhou acordado. Sonhou que era um vira-lata feito o cachorrão. Mas num piscar de olhos, o que viu era um vira-lata que sem sorte... Sabe por quê? Porque na primeira tentativa de se aproximar da princesa, quase foi devorado pelo bichão. Apavorado, Pedro saiu com o rabo entre as pernas, ganindo com o estômago colado nas costelas, correndo que nem gazela.
Ao acordar com o piscar das pestanas, Pedro viu que era um homem inteirão, do topo da cabeça até o dedão. O infeliz se beliscou todinho, até ver que tudo não era sonho, e sim um pesadelo daqueles que só pobre que nem ele costuma ter, principalmente, no final do dia quando sente o ronco da barriga vazia. Foi aí que Pedro viu que pobre honesto rala, mais que cachorro, por um pedaço de pão.
Vivendo tal experiência, o aventureiro Pedro continuou a amizade com os garotos do reino, pois bem sabia ele que esses novos amigos poderiam levá-lo até o castelo. E para sua surpresa, num final de tarde, voltando da escola, seus novos amigos comentaram sobre o que presenciaram no tal reino encantado. Não é que eles viram a princesa fazer uns gestos fora dos padrões reais? E para piorar, também ouviram e viram ela falar coisas que os deixaram bem confusos.
Pedro, curioso como sempre, foi logo querendo saber do que se tratava. Os garotos contaram tudo o que aconteceu: "A princesa deu em ir todas as tardes, até a janela de seu quarto, e num gesto desavergonhado, ela deu pra abrir a roupa, colocando os seios pra fora para quem desejar vê-los. e sem nunhum pudor ela fala alto e de bom tom: "Não sou casada, nem tenho marido, não sei por quê que meus seios são caídos!" Isso deve ser loucura", falou o grupo de uma só vez.
Prestando atenção a analisando a situação, Pedro decidiu acompanhar a garotada, até a escola, no dia seguinte. Para sua surpresa, no caminho de volta para casa, ao passarem pelo castelo, todos puderam ver a princesa na janela de seu quarto, abrindo a parte de cima da roupa e falando aos berros: "Não sou casada, nem tenho marido, não sei por quê que meus seios são caídos!"
Por sua vez, o atrevido Pedro abriu a braguilha da calça, puxou o instrumento pra fora e falou na direção da princesa, olhando-a com os seios de fora: "Não toco pistão, nem toco rabeca... Não sei por quê que meu pinto é careca!"
Diante de tal cena, a princesa ficou encantada com o que viu e ouviu, suplicando ao rei, seu pai, que convocasse aquele desconhecido para a sua festa de aniversário, uma ocasião de estar na hora certa com o homem certo, e com o qual ela se casaria e viveria feliz para sempre. Ela nem ligou mais para Cachorrão, o cão real de estimação, que diante dessa cena alarmante, o pobre teve um piripaque e sumiu.
Não é que o danado do Pedro casou com a sua desejada princesa encantada? Tudo aconteceu dentro dos conformes planejados, até o dia que ele, homem desapegado de tudo ao seu lado, enjoado da vida de fidalgo, resolveu abandonar a princesa do tal reino encantado.
Foi assim que Pedro Malazarte, homem malandro, esperto e galante, do mesmo jeito que entrou na vida da tal princesa, do mesmo jeito partiu, levando com ele o cachorrão, seu novo cão de estimação.

Esta entrou por uma porta e saiu por outra, quem gostou conte pra alguém, quem não gostou que conte outra.

(Autoria: Claudete T. da Mata. Recanto das Letras/22/06/2009/Código: T1662482)