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segunda-feira, 23 de maio de 2011

IDOSOS NO CINEMA

Autoria: Claudete T. da Mata

Certa vez, numa parada de ônibus, duas idosas comentavam sobre o susto que passaram com um idoso estrangeiro, morador de Bagé, que foi ao cinema com o seu bicho de estimação. Veja o que aconteceu:
No balcão da bilheteria, o bilheteiro assustado, olha o galo e vai logo ao assunto: "O que é isso no seu ombro, senhor?"

O idoso orgulhoso, responde com aquele sorrisão:
__ Meu filho, este e o meu galo de estimação, raça "Galiformes". Comprei numa exposiçãono "Egito", um torneio que me custou os olhos da cara, tchê. Gostou?

O bilheteiro, cortando a conversa:

__ Meu senhor, realmente, é um belo galo, mas..., não permitimos animais no cinema.

O idoso aparentemente calmo, concorda. Vai ao toalete, abre a braguilha e enfia o bicho na bombacha, retornando como se nada tivesse acontecido, para compra o ingresso. Entra e senta-se ao lado de duas idosas. Quando o filme começa, o gaudério abre a braguilha para o galo véio respirar um pouco. E não é que o danado do bicho bota o pescoço pra fora, todo feliz! Nesse momento uma das idosas cochicha para a outra:

__ Acho que o velho ao meu lado é um tarado... Sem vergonha." "Por quê? Indagou a outra....

A colega responde num ímpeto:
__ É que o safado, desavergonhado botou o negócio pra fora.

A colega, relembrando os tempos de outrora:
__ Ah, não te preocupa, lembra que na nossa idade nós já vimos de tudo.

A outra, tentando disfarçar o entusiasmo, fala com a cabeça erguida, empinando o nariz:

__ É...! Eu sempre pensei a mesma coisa. Afinal, sou filha de Deus, né, mas é que o danado do negócio tá comendo a minha pipoca, o que faço?

A colega com um sorriso maroto, responde:

__ Aproveita bobinha... E esquece as pipocas.

sábado, 21 de maio de 2011

DEUS SALVE A GRANDE “MÃE NATUREZA”!


Autoria: Claudete T. da Mata

Sempre ouvi dos mais velhos, que desde criança, devemos respeitar a “Mãe Natureza” uma das grandes “Obras de Deus”. E é bem assim, nós, os bichos homens, nascemos e crescemos com o auxílio da “Mãe Natureza”, extraindo dela todos os nutrientes necessários para o nosso bem físico e também psicológico. Mas, muitos, ao se verem adultos, esquecem de todos os benefícios recebidos da “Grande Mãe”.

E dotados de inteligência que os diferenciam de outros bichos, ditos irracionais, aos poucos, os bichos homens foram ocupando os espaços da “Grande Mãe”. Isto aconteceu quando ainda mal sabiam dominar a linguagem oral, e muito menos conheciam nada da sua origem. Assim, os bichos homens, que até então, andavam pelo chão, abandonaram suas cavernas, para fazer suas novas moradas nas árvores que sustentavam seus bandos.

Aos poucos, os bichos homens, através de muitos ensaios e erros, foram dominando e aprimorando a linguagem, e tomando consciência da capacidade de pensar, desceram das árvores em busca de novas moradias, novas descobertas, criando seus mitos, seus eventos...

Na querência de mudar o estilo de viver, depois de terem desenvolvido a capacidade de pensar humanamente, os bichos homens, aqueles que iniciaram sua caminhada pelo chão, depois subiram e se fixaram em grandes árvores, descendo delas, retornando ao chão, para morar em cavernas frias e escuras, partiram para novas ações com suas cabeças cheias de ideias mirabolantes, dando origem aos homens de hoje.

No ato de inventar e reinventar tudo ao seu redor, os novos homens iniciaram uma grande caminhada. Planejaram e construíram suas casas, seus castelos, seus jardins, suas cidades, tirando uma árvore daqui e replantando ali... Enfim, uma coisa atrás da outra. Mil invenções sem fim.

Não se sentindo satisfeitos, os novos homens, agora pesquisadores e achando-se conhecedores das origens, suas e do planeta, mais confiantes e de certa forma, arrogantes, começaram a podar a “Mãe Natureza”, cortando árvores para grandes e pequenas construções, arrancando-as de seus lugares, separando-as de suas companheiras, do lugar que a “Mãe Natureza” as plantou.

Assim, os bichos homens foram agindo em nome do “Progresso”, foram se ocupando da “Mãe Natureza”, dividindo-a em pedaços, dizendo: “Isto é meu; aquilo é teu...” E a “Mãe Natureza” foi perdendo sua grandeza,.

O tempo passou tudo mudou e o planeta foi dividido em países, cada qual com suas cidades, seus bairros... O clima já não é mais o mesmo. Respiramos impurezas,
Nossos alimentos nos fazem adoecer...

Os bichos homens cresceram, estudaram, inventaram e inventam coisas todos os dias, dizendo ser tudo isto, o começo de uma “Nova Era”, com novas tecnologias, novos costumes, novas crenças, novas descobertas e novos destinos à “Mãe Natureza” que começou tão potente na companhia dos seus nativos primitivos, os nossos ancestrais de todos os cantos do “Planeta”. E nós que evoluíram tanto, ao ponto deixar a nossa “Grande Mãe” no desalento desencanto. Se antes as florestas, as selvas eram repletas de árvores frondosas que cobriam todo o “Planeta”, hoje muitas delas viraram pedras, mais conhecidas por “Cidades”.

Foi assim que, no princípio de tudo, neste Planeta desnudo Deus criou a “Mãe Natureza” com todos os seres viventes, inclusive “Nós”!

Mas cadê a “Mãe Natureza” com todas as suas árvores frondosas, que “Deus” cuidadosamente e com todo amor criou? O melhor é que não nos façamos de bobos...
Sabemos que o os bichos homens, hoje chamados “Gente”, em nome do “Progresso”, eles saíram pelo mundo para formar sua “Nação”. E nas suas andanças desenfreadas, atropelaram tudo pela frente, destruindo a “Grande Mãe” que sempre amparou a “Gente”.

E agora, o que será do futuro do nosso “Planeta Desnudo”, sem os recursos naturais ofertados pela “Mãe natureza”, que na ânsia de ser o melhor, agindo como verdadeiros bichos, nós os homens ainda temos coragem de reclamar e até maldizer o destino cavado pelas nossas próprias mãos; ainda nos sentirmos impunes?

Mas a “Mãe Natureza” com sua natural sapiência vê muitos de seus filhos e irmãos se rebelar. Portanto, podemos ver os Mares levando tudo pela frente, a Terra abrindo grandes fendas e potentes crateras que engolem tudo o que podem. E os Vulcões espertos e grandalhões, sempre prontos para arderem e expelirem de prazer o denso líquido fervescente sobre tudo pela frente. Os ventos pequenos e grandes, quando surgem é de arrepiar; levantando telhados, arrastando construções...

Diante de tudo isto, e mais ainda, pensando nos meus descendentes, que “Deus” tenha piedade da humanidade, recuperando a “Mãe Natureza” para a tão prometida “Nova Era”!

terça-feira, 17 de maio de 2011

CHICO XAVIER, UMA ALMA ESPECIAL!

Leitura: Claudete T. da Mata 

Os dados contidos nesta crônica, foram extraídos das leituras que fiz e dos filmes que assisti sobre nosso querido Chico Xavier, no decorrer de suas experiências terrestres.

Chico Xavier, uma alma especial que nasceu entre nós!

Ainda menino, conversava com sua mãe desencarnada, recebendo dela as orientações que necessitava para levar a amarga vida na casa da madrinha, a qual o humilhava..., maltratando-o todos os dias.

O menino Chico, compreensível como sempre, jamais perdeu o seu jeito especial de ser e estar no mundo.

Menino que sabia refletir, ser confiante, sem medo de ser castigado e até espancado pela madrinha.

Chico jamais chingou alguém, nem mesmo as formigas do seu quintal.

Quando foi convidado a se retirar da casa de seu pai, saiu sem levar consigo o rancor pelo pedido feito por sua irmã mais velha, Chico, simplesmente arrumou os seus poucos pertences, e se foi sem saber onde morar.

Chico foi amparado, assim como jamais deixou de amparar alguém.

Este homem simples, sempre foi agradável com todoas as criaturas, agradecendo a Deus pela vida, todos os dias.

Durante toda a sua trajetória, Chico atendeu os seus semelhantes necessitados, sempre, sem olhar a quém.

Esta alma, que partiu amparado pela espiritualidade superior, nasceu entre nós nos ensinando a viver com humildade, carisma, bondade, amor, lúz, conhecimento e a sabedoria  que só as grandes almas são capazes de mostrar a todos ao seu redor.

Na minha juventude, falei com Chico, por telefone. Chorei  só de sentir a sua energia bem próxima de mim, inundando todo o ambiente em minha volta. Ele falou coisas que jamais esquerei enquanto viver. Nesse momento tive a certeza de que uma alma de lúz estava banhando minha alma.

Amado Chico, espero um dia poder abraçá-lo lá na espiritualidade.

Por hora, só me resta agradecer a Deus por ter nos dado Chico Xavier!

domingo, 15 de maio de 2011

CRIANÇAS DE MENTES BRILHANTES

Autoria: Claudete T. da Mata

Não se sabe ao certo qual criança nasceu primeiro. Cada uma foi nascendo no seu tempo: uma primeiro, outra depois e assim por diante.

E assim, o Planeta foi ficando repleto delas, igualmente a um ninho cheio de pintinhos: Uns sonolentos e outros ativos de mais; uns inteligentes e outros criativos; uns racionais e outros afetivos; uns cuidadosos e outros confiantes de mais; uns altos e outros baixos; uns magrinhos e outros bem cheinhos; uns cabeludos e outros carequinhas... Eram crianças de diferentes características, de todos os níveis sociais e tipos físicos, cada qual com suas preferências, devers e direitos.

Diante de tantas surpresas, nada e ninguém neste Planeta, tem como sobreviver sem regras, sem leis... E aqueles que ousam transgredir a ordem das coisas, dos fatos... Um dia, pagarão pela falta de amor, de consciência, de reflexão... Afinal, tudo tem seu preço!

Muitos pais não gostam do que vêem, ouvem..., e sentem no decorrer do crescimento e desenvolvimento de sua prole. É que desde o início cada criança foi seguindo a sua natureza, sem obedecer os seus genitores. Estas crianças, no decorrer da caminhada, cresceram; umas preservando e outras perdendo as suas essências. Elas nasceram estrelas, onde as mais forte não deixaram que ninguém cortasse as suas pontas, prosseguindo nas suas experiências.

Quando alguém as interroga, elas que conservam na memória a resposta mais cabível, sem caírem no achismo, dão logo a sua resposta. Diante de tais réplicas, não há aquele que ouse persistir no erro de se fazer de "Senhor da Verdade", visto que estas crianças, desde a tenra idade, sabem ouvir, refletir e avaliar o que ouvem, falando na hora devida. Diante de tais atitudes, muitos adultos ficam sem chão, muitas vezes sem respostas.

Estas crianças não nasceram para dominar o mundo, muito menos para humilhar ninguém, e sim para mostrar ao mundo que benevolência, conhecimento, sabedoria e desapego..., não só se adquire na convivência com o outro, como também se nasce com elas. Caso contrário, por que encontramos crianças de mentes tão brilhantes, geradas e nascidas em comunidades palpérrimas, desprovidas de quase tudo, porque lhes é dado o direito de nascer, de viver...

Quantos de nós, já não se deparou diante com crianças de mentes brilhantes?

sábado, 14 de maio de 2011

O CASAMENTO DA BARATA


Releitura: Claudete T. da Mata

Certa vez uma barata que passava o tempo limpando a casa, varrendo daqui e dali, ouviu um barulho estranho, e não é que a danada da barata encontrou uma moeda de ouro?

Sem acreditar no que vira, Dona Barata gritou:

__Viva! Viva! Estou rica, rica! Riquíssima! Agora sim, posso casar com alguém importante!

Dona Barata, queria ter vida boa, mas antes precisaria realizar um sonho: Casar o mais rápido possível, com um sujeito elegante, bonito...

Decidida como sempre, a nova ricaça, foi ao melhor cabeleireiro da cidade, ajeitou a carapuça e colocou um laçarote vermelho no cabelo. Depois foi às compras, levando para casa um vestido preto, de rainha, comprido com longa calda, todo crivado de pedrinhas.

Depois das compras, Dona Barata pegou o restante do dinheiro e guardou numa caixa a sete chaves. Certa de que seu tesouro estaria bem guardado, ela foi para a janela e cantarolou bem alto, para que todos a ouvissem:

“Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fitas no cabelo e dinheiro na caixinha?”

Bem longe dali, um rato espertalhão, ouvindo a tal cantoria, se pôs a imaginar o tamanho do tesouro da Dona Barata:

__ Este tesouro deve ser uma belezura daquelas, caso contrário, por quê a Dona Barata estaria assim toda feliz, dando uma de cantora?

Pensando assim, o rato saiu da toca, correndo, até a casa da Dona Barata, e aos berros respondendo:

__ Eu caso! Eu caso! Pode contar comigo.

Acontece que o rato, além de pequeno, tinha uma vozinha muito fraca, tão fraca quanto o piado de um pinto. Tanto, que a Dona Barata nem conseguiu ouvi-lo.

Nisto, chegou o cachorro se coçando todo, com o latido forte e rouco, dizendo:

__ Au! Au! Au! Eu caso! Au! Au! Au! Eu caso!

Dona Barata, assustada com o latido do cachorro, foi logo respondendo:

__ Nada disso, com você não caso não, mas nem pintado de ouro! Com esta barulheira toda, como poderei dormir? Isso, sem falar nessa coceira toda. Eu, nem pensar!

Humilhado, lá se foi o cachorro com o rabo entre as pernas.

O rato, vendo no que deu a resposta da Dona Barata ao cachorro, insistiu outra vez:

__ Eu aceito casar com você!

Mas... O elefante grandalhão, pulou na frente do rato, falando com o seu vozeirão:

__ Eu aceito! Sempre achei você um encanto.

Dona Barata, estremecida de medo, e quase surda de tanto barulho, respondeu o mais alto que pode:

__ Ta louco! Com você não caso não. Veja o tamanho do seu nariz...? Imagine só, na primeira inspiração, dormindo do seu lado, serei inspirada pulmão adentro. Nem é bom pensar... Comigo não! Vá, vá, vá...!

Dona Barata se benzeu, e o elefante, desesperançado, foi embora o pobre coitado.

E lá veio o rato, pensando novamente:

__ Dessa vez eu não desisto!

Mas... O gato-do-mato, pulou na frente do rato, milando:

__ Miau! Miau! Miau! Eu caso!

Dona Barata, tampando os ouvidos, assustada com o zunido, respondeu:

__ Não, você não! Veja sua voz quase arrebentou os meus tímpanos!

Ouvindo isso, o gato-do-mato, desanimado, num único pulo, foi embora acabrunhado.

E atrás gato-do-mato, veio o papagaio todo animado:

__ Case comigo! Case Comigo! Case Comigo!

Dona Barata, se agradando da melodia papagaiesca, foi logo pedindo:

__ Gostei! Agora mostre-me o que você mais gosta de fazer!

O papagaio todo faceiro, estufou o peito, arrepiou suas penas, mostrando o que ele mais gostava de fazer:

__ Papagaio Louro! Louro! Louro! Papagaio Louro! Louro!  Louro...!

O papagaio parecia mais um CD arranhado. E Dona Barata, atordoada, no meio daquela repetição, gritou o mais alto que pode, interrompendo o fanfarrão:

__ Eu desisto! Pra mim você não serve. Só imagino você na nossa lua de mel, falando desse jeito sem parar. Não! Não! Não! Comigo nem pensar!

Nisso, vieram outros animais (O cavalo, o boi, o leão, o leopardo, o porco, o zangão, e até o galo garnisé) E a todos, Dona Barata respondeu alto e de bom tom:

__ Me desculpem, não suporto roncos, mugidos, nem relinchos, tenho medo de gritos e zunidos...! Saiam todos daqui. Andem, andem!

Atordoada, quase desistindo da procura, Dona Barata continuou a cantar debruçada na janela, pobre donzela:

“Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fitas no cabelo e dinheiro na caixinha?”

E ali cantarolando, debruçada na janela, Dona Barata percebeu a presença do rato, todo estafado e tonto de tanto gritar:

__ Eu aqui! Eu aqui! Eu caso! Eu caso!

Ela respondeu, ofegante:

__ Ufa! Finalmente encontrei alguém que não me põe medo E ele é bonitão! Agora sim, eu caso!

E tomada pela euforia, a Dona Barata foi cuidar dos preparativos do casório mais badalado daquele lugar, com tudo cheio de enfeites, todos com roupas novas e muita comilança, a parte da história que o rato mais gostou:

Um panelão de feijão, cheio de costelas, rabos, pés e orelhas de porco, fervendo a todo vapor, deixou o rato zonzo. E bem ali, na frente do panelão, o rato se pôs a esperar..., Parecendo uma eternidade.

O rato, seco de fome, ao ver que a cozinheira saiu para pegar tempero, sentindo o gosto do cheiro, aproveitou para experimentar o gostoso feijoeiro:

__ É agora que darei aquela provadinha! Só uma pela beirinha... E só uma provadinha não fará falta a ninguém! Eheheheh...

E o rato pulando na beira do panelão, todo ansioso, sussurrou:

__ Hum... Vou pegar só aquele rabinho ali... Aquele olhando pra mim. Ele parece delicioso...! E, além disso, aposto que ninguém irá notar a sua falta! Vem rabinha! Vem rabinho...

Pobre rato guloso, distraído e malandro, que sem se dar conta da fervura do panelão, pendurou-se na sua beirada, e mergulhou no feijão.

A cozinheira voltou com as mãos cheias de temperos, jogando no panelão. E com uma colher de pau, ela mexeu o feijão.
Depois da feijoada pronta, sem saber do acontecido, os convidados foram servidos com pedaços do bichinho.

Foi assim que o rato, conhecido por senhor ratão, levado pela gula, teve morte instantânea na panela de feijão.

Pobre da Dona Barata, sem saber do ocorrido, viu no seu futuro marido, o
falecido, um safado fugitivo.

Mais triste ainda em ver seu casamento perdido, e toda aquela festança, Dona Barata lamenta ter enchido a pança da vizinhança.

Mas no dia seguinte, decidida como sempre, Dona Barata abre as azas, se debruça na janela e recomeçar a cantoria:

“Quem quer casar com a Dona Baratinha, que tem fitas no cabelo e dinheiro na caixinha?”


terça-feira, 10 de maio de 2011

"SEI QUE NADA SEI"

Autoria: Claudete T. da Mata

Pressinto coisas, bem antes de elas acontecerem,
Vejo futuros acontecimentos como num piscar de olhos...
Nesses momentos, me sinto fora de órbita,
E vejo tudo com mais clareza.
Parecendo sonho
E até criação da mente.

Depois de algum tempo,
Questão de horas, minutos, segundos...
Tudo acontece,
Todos vêem e continuam não acreditando no que ouviram momentos antes.

Confesso que fico, também, sem saber o que fazer...
Se contar ou não, o que vejo e pré-sinto, a alguém.
É uma sensação forte,
Que domina meus sentimentos,
Minha razão.
Chega a doer, por isso, pergunto:
__ O que fazer?

Dizem que isso é coisa de bruxa.
Será que Deus aprova esta forma de pensar?

Não tenho livro de magias, nem varinhas de condão, muito menos caldeirão.
Não saio por aí voando numa vassoura, pelo espaço sideral,
Tenho corpo e mente de gente normal,

Minha mente é viajante!
Visita lugares, pessoas...
Seres diferentes,
Cada qual com suas histórias, filosofias, ciências...
Sua própria natureza!

Aprendi a guardar muito do que vejo e pré-sinto,
Só pra mim.
Mas isso me enfada por inteira!

Certa vez, dividi esta realidade com um amigo.
Contei-lhe tudo num desabafo...
Querem saber o ele me disse:

__ Vejo em você, um “ser especial..."
Tens uma facilidade de irradiar uma energia
Que contagia tudo ao teu redor.
Isto, eu conheço faz tempo - é “Dom”.
Então, por que não usar esta energia na prevenção das coisas ruins,
Da dor alheia, de muitas outras coisas.
E olha menina... Eu sei o que digo.
Só não sei se você sabe de tudo isso!

Diante do que ouvi,
Só me restou acreditar,
Pois quando me vejo em transe,
Vendo coisas que poderão acontecer,
E eu sem nada poder fazer...

Confesso: fico sem chão!
E tudo o que eu quero nessas  horas,
É poder  sair de onde estou.

Mas esta já é outra questão.
Mudar  o que ainda não aconteceu,
É competência de Deus!

Meu jeito de agradar as pessoas,
Não é nada proposital,
É natural.

Se não soubermos olhar o próximo,
Conversar com alguém,
Doar um pouco do nosso tempo,
Saber e aprender a amar...
Porque e para que estaríamos neste mundo?
Qual seria o objetivo de tudo o que somos e o fazemos?

Procuro tratar bem os meus semelhantes, os animais, as plantas...
E até os restos chamados lixo.
Lixo polui porque não somos capazes de dar a ele uma nova função.

Às vezes me vejo fazendo fofoca com alguém,
Mas é do tipo que não ofende,
Que faz rir...
Que não maltrata ninguém.
Ainda bem!

Tenho minhas fraquezas,
Sinto dores físicas e da alma.
Sou humana!

Com todas as porções mágicas
Fornecidas pela mãe natureza,
Eu curo minhas dores e meus maus humores.

Meu riso é capaz de fazer-te rir de mim e de ti.
Meu riso, dizem que parece um jorrar de alegria que contagia...
Minha cara séria,
Dizem que faz de mim uma pessoa austera.

Pensando assim, as pessoas me obrigam,
Estar sempre sorrindo.

Não posso desejar nada de ruim a alguém,
Porque acontece.
Assim, sempre procuro desejar o bem.
Meus desejos sempre se realizam,
Não me perguntem por quê?


Não estou rica, porque estou satisfeita com a vida que tenho.
Tenho boa saúde, uma mãe maravilhosa.
Tenho filhos carinhosos, saudáveis, trabalhadores, amigos...
Tive um irmão que sempre me amou,
Mas que partiu primeiro para o “Além”...
Meu MANO, meu grande AMIGO!

Tenho ótimas irmãs, das quais cuidei desde que as vi nascer.
Estudei, fiz faculdade, Especialização e Mestrado.

Não fiz Doutorado, porque a mãe natureza é minha escola maior.
Nesta escola, tenho um Professor Especial:
O Pai da Criação
DEUS!

Em certa ocasião, no Rio Grande do Sul,
Dando uma palestra para educadores,
Caminhei na direção de uma jovem,
Coloquei minha mão direita sobre a cabeça dela,
E enquanto eu falava,
Interrompi a dor que a atormentava,
Sem perder o fio da meada.
Assim, sendo útil a alguém,
Eu estava!

No dia seguinte, a jovem veio até mim e falou:
"Ontem, a senhora me curou!"

Sei que tenho forças emanadas do além.
Protejo e tenho proteção,
Cuido, amo, educo
Fazendo o bem sem olhar a quem.
Sou uma sobrevivente!

Sou filha de Deus passando uns tempos na Terra,
Minha grande Escola...
Minha vassoura e minha varinha mágica,
Resumindo, é minha mente.

Aprendi muito
Assim como ainda tenho muito a aprender.

Uma das coisas que aprendi, lendo o Livro Sagrado,
E que não esqueci, foi que:

“A Mulher sábia edifica a sua casa!”
(Provérbios de Salomão, capítulo 14 versículo 1)

Sei que esta casa, pode ser
A casa da mente, do coração...
E também a casa material,
Aquela que nos abriga todos os dias!

O SONHO - A CURA E A CIRURGIA

Autoria: Claudete T. da Mata

     Ali eu estava, mergulhada no cerne das minhas memórias, à procura de uma resposta, no intuito de entender o que estaria acontecendo comigo - por que tantos problemas com meu corpo? Seria o meu psicológico o causador de tantos sofrimentos?
     Sentada numa pastagem crivada das mais belas flores silvestres, a refletir sobre cada imagem que fluia de minha mente. De repente, olhei o céu e vi outras imagens que se fundiam como o meu pensamento conturbado...
     Neste estágio, vi a aconchegante pastagem invadida por criaturas querendo me levar dalí. Após alguns minutos de puro raciocínio, coloquei meu plano de fuga em prática. Finalmente consegui fugir daquele bando de sanguessugas, que tentava desviar meus pensamentos, minhas esperanças e minhas certezas... 
     Foi uma longa batalha, entre saltos, gemidos e gritos que ecoavam por todos os cantos do mundo,  até  que, mergulhada nesta experiência, adormeci sem sentir.
     Ao sair da massa corpórea, vivi a mais bela de todas as vivências ao abrir os braços e bater azas, voando com a mesma liberdade dos pássaros que voam livres das grades que engaiolam muitos deles.
     Chegando em outro ambiente, plainei até pisar na terra firme. Foi então que senti um calafrio subindo pelas pontas dos dedos dos pés, tomando todo o meu corpo. Sentindo um frio gélido, percebi um vulto passar rapidamente atrás de mim.
     Movida pela adrenalina, virei-me para trás na tentativa de ver o que estava acontecendo. E para minha surpresa, como num passo de mágica, estava em minha volta um bando de criaturas famintas pelo néctar que me sustentava a vida - "A Força Criadora", que me dá coragem e me faz vencer todos os obstáculos físico e mentais, marcados em minha existência.
     Confesso que senti a fragilidade tomar conta de mim, sem ninguém para me proteger nesta luta contra aquelas criaturas escondidas em corpos horripilantes (uns completamente deformados, outros cegos tateando, alguns mudos aos urros, uns  sem pernas arrastando-se que nem cobras, e outros sem braços maldizendo a própria condição, na tentativa de colocar a culpa das suas falhas em alguém...). Penso ter passado pelo umbral, o tão conhecido e divulgado "Purgatório Bíblico".
     No meio das vibrações imanadas por aquelas criaturas, não percebi um sussurro que dizia nos meus ouvidos: 

     __Filha, voe bem alto, o mais alto que puderes. Não tenhas medo, acredite...  Serei tuas azas!

     Sem entender o misterioso sussurro, atormentada pelo tumulto causado pelas estranhas criaturas, suspirei profundamente. E num rápido impulso extracorpóreo, alcei vôo. Foi o vôo mais alto de todos, foi aquele que me levou ao outro lado da Terra, parecendo os confins do mundo. 
     Passei por uma terra vermelha, da cor do Sol, repleta de plantas de todas as cores, pedras de todos os tamanhos e forma, montanhas verdejantes e um "Ser" delicado e falante - Era uma anciã da idade da Terra, menor que uma menina de cinco anos. Seus cabelos eram mais brancos que a neve e tão longos quanto os raios do Sol bailando sobre o infinito, com a leveza da brisa que toca nosso rosto. 

     Tudo nesta anciã, era de fascinar e de assombrar ao mesmo tempo. Seu olhar penetrava com profundidade o meu olhar. O toque de suas mãos estava no mesmo patamar de seu olhar. Ela não tocava o chão, levitava.

     Então pensei: __ Será ela uma fada coberta pelas linhas do tempo, as quais ignoramos e chamamos de rugas. Neste momento, pude experimentar o seu toque que me deixou estática.

     A misteriosa anciã, durante três dias e três noites, cavou o chão com suas mãos ossudas, até as profundezas da Terra, extraindo da sua cerne o barro mais nobre, que numa espécie de ritual, colocou-o sobre meu pescoço. 


     Eu, que até então nada entendi o que se passava, me entreguei às mãos desta mulher, que na terceira e ultima aplicação do barro, me pediu que a colocasse sobre o topo de uma pedra, próxima à subida de uma montanha. 
     E lá de cima, a misteriosa anciã colocou as suas mãos enrugadas sobre minha cabeça,  emanando uma energia que banhou todo o meu "Ser". Em seguida, ela subiu a montanha saltitando com a velocidade de um "Ser Celestial" e sumiu.

     Finalmente, acordei no centro cirúrgico sendo conduzida à sala de recuperação, onde me vi agradecendo a Deus por ter sobrevivido mais uma vez.
     A cirurgia foi um sucesso. Eu estava curada!